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terça-feira, 24 de novembro de 2009
João da Cruz e Sousa
Nascido em Florianópolis em 24 de Novembro, o DANTE NEGRO/CISNE NEGRO,foi um dos maiores Poetas representante do Simbolismo no Brasil. Morreu muito jovem aos 37 anos de Tuberculose, como seus 4 filhos. Morto, seu corpo foi transportado num vagão de trem destinado para cavalos. Foi enterrado no cemitério de São Francisco de Assis. José do Patrocínio, (filho de uma escrava com um padre) foi quem cuidou do enterro. A cadeira 15 da Academia de Letras de Santa Catarina, pertenceu a ele.
Cruz e Souza era filho de escravos alforriados,e cresceu sendo instruído pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa - e há quem diga que era filho deste com sua escrava - verdade ou não, Cruz adotou o "Sousa" como sobrenome. Lhe ensinaram francês, latim e grego, e foi aluno do alemão Fritz Müller, em Matemática e Ciências Naturais. Foi recusado como Promotor da cidade de Laguna em Santa Catarina, por ser negro.
Seus livros:
Broquéis
Faróis
Últimos Sonetos
Tropos e Fanfarras
Missal
Evocações
A DOR
Torva Babel das lágrimas, dos gritos,
Dos soluços, dos ais, dos longos brados,
A Dor galgou os mundos ignorados,
Os mais remotos, vagos infinitos.
Lembrando as religiões, lembrando os ritos,
Avassalara os povos condenados,
Pela treva, no horror, desesperados,
Na convulsão de Tântalos aflitos.
Por buzinas e trompas assoprando
As gerações vão todas proclamando
A grande Dor aos frígidos espaços...
E assim parecem, pelos tempos mudos,
Raças de Prometeus titânios, rudos,
Brutos e colossais, torcendo os braços!
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sábado, 25 de julho de 2009
Grave equivoco literario
Dizem que so vale o que esta escrito, por conta disso muitas questões são resolvidas, mas...
Todo o tempo ouvi dizer por aí e na internet apareceu o nome do alemão Brecht, como autor desse poema, enquanto a VERDADE é bem outra.
Silvana Guimarães e José Nêumanne Pinto,afirmam e comprovam que esse poema pertence ao Brasileiro, Eduardo Alves da Costa.
NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
EDUARDO ALVES DA COSTA
Niterói, RJ, 1936
NÃO MATEM O HOMEM E NÃO ROUBEM SUAS OBRAS!
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quinta-feira, 23 de julho de 2009
Colóquio Internacional Eurico Alves Boaventura
A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), realiza, de 29 a 31 de julho, o Colóquio Internacional Eurico Alves Boaventura - História, Poesia, Sertão; conferências, exposição de fotos e mesas redondas.
Apoio cultural da Fapesb, Governo do Estado por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Shopping Boulevard e Sesc. O evento é aberto à comunidade e as inscrições são gratuitas. Os interessados devem comparecer até 24 de julho na direção do Cuca, localizada na rua Conselheiro Franco, 66, centro de Feira de Santana.
Bacharel em Direito, Eurico Alves Boaventura (1909-2009) foi um dos principais poetas do grupo modernista baiano surgido em torno da revista Arco & Flexa. Colaborou em vários periódicos de Salvador e do Nordeste. Deixou muitos textos inéditos, alguns deles publicados postumamente, como Fidalgos e Vaqueiros (Universidade Federal da Bahia – 1989) e Poesias (Fundação Cultural do Estado da Bahia (1991).
O Museu Casa do Sertão, localizado no campus da Uefs, está implantado o Memorial Eurico Alves Boaventura, com a obra e o acervo do escritor feirense, doados pela viúva Maria Luiza e filhos.
AGECOM
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